Um típico cidadão nos dias de hoje não faz ideia do que aconteceu, mas os contos dos anciões e dos estudiosos é o mesmo: eras atrás, um evento catastrófico de proporções extraordinárias encobriu Vardamur em cinzas e escuridão. O dia se tornou noite e a noite se tornou eterna. Dos céus chovia fogo e além das orlas o mar se tornou vermelho. O começo do fim chegava às portas de cada criatura ainda viva.
O que um dia eram fábulas para crianças dormirem, preencheu as cidades e exterminou seus povos. Nem mesmo a nobreza e seus vastos e poderosos exércitos puderam conter tamanha brutalidade contra aquilo que sequer encontrariam em seus piores pesadelos. A carniça, o derrame de sangue, a tortura e o terror consumiram a alma de cada um que ousasse juntar coragem e alimentar a esperança de um novo dia. Onde a espada e o escudo falharam, a opressão da morte reinou. E assim foram por incontáveis anos.
Assim como qualquer conto, porém, este também havia um fim. No final, quando nenhum tijolo de uma parede ousava se erguer e o silêncio finalmente abafou os gritos dos desolados e perdidos, algo estava claro: as divindades e os corruptores haviam deixado de caminhar neste plano mortal e com eles, o louvor e a violência. É incerto como isto aconteceu. O momento do sumiço dos divinos e dos corruptos é desconcertante. Não houve palavras de encorajamento, sem bençãos aos seus devotos fiéis, e sem grandiosas procissões. É como se uma vela houvesse apagado e toda luz no mundo desaparecesse em um instante. Em consequência, as religiões e os cultos rapidamente encolheram e dissiparam até o ponto de se tornarem mitos. Aos mortais deixados para trás, apenas um pensamento. Apenas uma pergunta: "E agora?"
Desde o fim deste evento, hoje chamado de "cataclisma", "catástrofe" e, em meios ocultos, como a "punição", os povos foram dizimados a meras centenas e, com isso, os grandes estudos, as tradições, e crenças foram perdidos para o tempo, retornando os povos de Vardamur a meros bárbaros. Éons se passaram antes que qualquer civilização se reerguesse, e no momento em que uma raça veio a se encontrar com a outra, guerras sanguinárias tomaram conta. Com as chamas da magia e da fé apagadas por toda Vardamur, os sobreviventes do cataclismo se submeteram a encontrar meios de defesas e sobrevivência, trocando o que um dia era preenchido por costumes espirituais e divinos, por o que hoje é o estudo do metal e pela regra suprema do poder bélico. Homens, elfos, anões, orcs, e outras incontáveis raças e impérios vem travando um conflito interminável. Com a mesma facilidade que um pacto temporário é formado entre duas delas, ele logo se termina assim que o objetivo é alcançado, e os povos retornam a batalhar entre si.
Estes e outros povos, alguns escondidos ou esquecidos, mantém conflitos inacabáveis em suas fronteiras, buscando sempre alguma vantagem contra o outro. Orgulho e determinação são combustíveis que alimentam a máquina bélica através dos milênios e corre no sangue das linhagens das famílias reais. Através desta eterna batalha a inovação, a diplomacia e a meritocracia afloraram em todos os cantos do mundo. Com o domínio absoluto dos estudos mágicos pelos elfos, a descoberta recente da pólvora promete ser o catalizador que mudará o rumo de conflitos para sempre.
Há rumores de que uma aliança entre as hordas orcs está sendo forjada nas entranhas do continente de Deonugul. Caso concretizado, este seria o maior poderio militar jamais visto na história de Vardamur. Ao mesmo tempo, agentes anônimos nos rodapés das elites das organizações militares humanas, sabendo deste tenebroso panorama, correm contra o tempo atrás de uma aliança entre os povos de Frigusagur, sejam elfos, anões ou humanos, para criar uma força equiparável. A situação é no mínimo delicada para as lideranças de cada nação.
Desconfiança, paranoia, intriga e assassinatos são realidades constantes nos meios políticos, militares e intelectuais. Sem saber a quem recorrer, o cidadão amedrontado busca por estabilidade e segurança, enquanto o elemento eterno do poder vive nos corações dos maiores líderes de cada civilização, alimentando vastos projetos militares e autoritários. Frotas de guerreiros se organizam em campos massivos para derrubar as capitais de impérios. Grupos de operações secretas subvertem a direção de guerras assassinando ou sequestrando autoridades e outras figuras públicas. Um simples capitão se rebela ao iniciar o incêndio que matará a família real em alto mar e forçar uma revolução na capital de seu reinado. Nem todos são o que aparentam ser.
Ao mesmo tempo, um novo continente, até então completamente desconhecido pelas grandes civilizações, é descoberto. Rico em matérias primas e vasto em seu território depopulado, é dito nos meios governamentais que esta poderia ser uma elusiva joia de grande propósito para culminação de uma possível dominação. As civilizações se preparam para enviar desbravadores e exploradores neste novo pedaço num mundo tão saturado de devastação. A única questão restante é: quem controlará este território primeiro?
Vardamur é um mundo antigo e cicatrizado, com povos isolados e dispersos, que já passou por muitos eventos, muitos destes esquecidos, que mudaram o rumo da história e de civilizações para sempre. Mesmo assim, aventureiros de todos os cantos lutam com unhas e dentes por uma oportunidade de deixar seu nome gravado para todo o sempre. Heróis, vilões, governantes, rebeldes, desbravadores e conquistadores: seja lá o que queira fazer neste mundo, com certeza há espaço para todos. A Era dos Pioneiros apenas começou, onde regiões inteiras estão prestes a serem descobertas, fortunas conquistadas e aventuras iniciadas.
Vardamur é o sexto planeta a girar em torno da estrela Opus, demorando trezentos e sessenta e cincos dias para contorná-la, com cada dia possuindo um ciclo de vinte e quatro horas de duração, e é acompanhado por duas luas, Irabella e Arcangella. Este mundo é temperado, com continentes massivos e biomas que variam entre desertos escaldantes, selvas densas, lagos congelados, vulcões gigantescos, tundras massivas, planícies copiosas, cordilheiras extensas e outros.
O continente de Frisagur está localizado no hemisfério norte, entre o oceano de Miragur ao oeste, se estendendo até as cordilheiras massivas de Jaenibron ao leste, com o oceano de Simergur ao norte, enquanto ao sul o mar de Danagur divide os continentes de Frisagur e Deonugul.
O território é dividido entre humanos, elfos, hobbits, gnomos e anões, com pequenas tribos de outras raças em diversos pontos isolados. Centenas de territórios espalhados pelo continente formam reinados, repúblicas, confederações, cidade-estados e outros territórios independentes.
As principais guerras e revoluções aconteceram aqui, sendo o berço dos estudos da magia e do progresso tecnológico em Vardamur.
Jaenibron é o maior continente de Vardamur, e se encontra ao leste de Frisagur com diversas cordilheiras dividindo os dois continentes. O oceano de Simergur fica ao norte, as lagunas de Iruagur e o oceano de Durmeibron ao sul, e finalmente a península de Gotenibron ao leste.
O território é dividido principalmente pelos povos anões, gigantes e goblins, e uma série de tribos independentes ao extremo leste composta por monastérios e templos. Pequenos grupos nômades navegam este massivo continente sem declarar um pedaço de chão como seus lares.
A guerra mais sanguinária já vista em toda a história de Vardamur ocorreu ao sul, na costa das lagunas de Iruagur, onde a Batalha dos Sete Mandatos se passou.
Deonugul é um continente massivo desértico, tropical e semi-tropical, se estendendo do hemisfério norte ao hemisfério sul. Apesar de abranger dois hemisfério, ele é relativamente estreito, e é cercado pelos oceanos de Miragur ao oeste, as lagunas de Iruagur ao norte, o oceano de Durmeibron ao leste, e o oceano de Quorengul ao sul.
Historicamente povoado por orcs, o continente passou por diversas revoluções e conquistas pelos goblins do leste, que consequentemente migraram para Jaenibron. As tribos Gnolls se aproveitaram do vácuo territorial deixado pelos goblins e hoje preenche boa parte deste antigo território.
Nenhuma informação disponível. Procura-se desbravadores para mapear e catalogar informações sobre este novo continente. Recompensa generosa.
Arcangella e Irabella.
Laedus foi um grande mago e astrônomo homem de milhares de anos atrás, que passou muitos de seus anos pesquisando os cosmos. O calendário de Laegus estipula um padrão para organização das datas e a passagem de tempo no mundo de Vardamur.
Este calendário é usado principalmente em Frigusagur e Jaenibron nas sociedades humanas, élficas, anãs, halflings e gnomas, além de outros povos, e coloquialmente em algumas sociedades orcs de Deonogul.
O ano de trezentos e sessenta e cinco dias é dividido em treze meses, chamados cronologicamente de Dellian, Conlin, Anivoga, Laebragi, Ardoedu, Pefeli, Neran, Drigoro, Fiabana, Lacinu, Fonas, Fionsormar e Saluma.
Cada mês tem vinte e oito dias, e é dividido em quatro semanas de sete dias cada.
Os dias da semana são chamados de Galyma, Rioma, Ciamar, Risama, Cosmar, Celomar e Louma.
O ano de Vardamur possui um dia especial conhecido como Aellavur, que demarca o fim de um ano e o começo de outro, e costuma ser um feriado preenchido por festividades e comemorações por todo o mundo.
Mês Dia Feriado
Dellian 1 Festival dos Ventos*
11 Festival da Eternidade
25 Dia da Recuperação
Conlin 6 Dia da Ascensão
10 Dia dos Guardiões
22 Dia da Desilusão
24 Observação do Entorno
Anivoga 6 Dia da Amizade
14 Dia da Reconquista
15 Dia da Independência
16 Dia do Abandono
19 Dia da Paixão
Laebragi 13 Dia da Fortitude
14 Libertos
18 Sabedoria*
Ardoedu 1 Festival das Chamas
20 Dia da Busca Eterna*
Pefeli 9 Recomeço*
12 Colheita
15 Correntes
28 Dia das Luas
Neran 2 Dia da Risada
9 Dia da Criança
18 Dia da Mãe
28 Dia do Pai
Drigoro 4 Dia dos Nômades
26 Dia das Lâminas
Fiabana 1 Festival das Monções
Dia do Irmão
8 Dia do Império
Lacinu —
Fonas 2 Dia da Família
Fionsormar 18 Dia da Beleza
Saluma 1 Festival do Renascimento*
14 Dia das Almas
28 Dia dos Mortos
Aellavur Dia do Sol*
* = Representa um feriado