PREMISSA

Vardamur é um mundo de civilizações em decadência vivendo nas sombras de uma antiga e esquecida vitória contra as trevas. O que uma vez foi uma realidade brutal e sanguinária, agora resta apenas como contos ordinários sobre lendas perdidas. Entre eles, um diz que o dia se fez noite e a noite se tornou eterna. Dos céus choveu fogo e o mar avermelhou-se. A sombra cresceu e dela germinaram criaturas que trouxeram o terror aos corações dos homens. Nem o ouro nem a lâmina foram capazes de superá-la. Por incontáveis anos, estas trevas se alimentaram do medo e das almas, conquistando tudo e a todos que às opusessem.

Contudo, assim como qualquer conto, este também tem um fim. Quando nada mais se erguia e o silêncio abafava o choro dos desolados e perdidos, um grito de esperança lavou as terras com luz e cobriu todos os cantos do mundo como um dilúvio, incontível e ubíquo. E assim, sob o mais tenebroso julgamento desta luz, as trevas fugiram, levando consigo as sombras e as criaturas das quais delas saíram. Em um breve suspiro, a noite virou dia e mais uma vez o coração dos homens bateu com serenidade.

Da serenidade veio a harmonia, e da harmonia veio a apatia. Até os mais honrados sucumbiram ao torpor de uma paz longa demais, desprovida de propósito, onde glórias foram esquecidas, as tradições apagadas, e a virtude deu lugar à letargia. As muralhas ainda se erguem, mas sem sentinelas; bibliotecas ainda guardam livros, mas sem estudiosos para compreendê-los; a brasa ainda queima, mas não forja mais heróis; os tronos ainda existem, mas sem reis dignos de ocupá-los. A vitória virou a sua derrota. Hoje, a briga pelo poder não se passa de uma birra vaidosa de egos e arrogância, custando vidas e a paz.

Apesar disso, além do mar nebuloso e veemente, onde antes jamais velas navegariam e bússolas apontariam, repousa um vasto e indomado continente com a promessa de um novo começo. Aquele que ousar fincar seu estandarte sobre suas montanhas e rios poderá reacender os preceitos da honra, revigorar os pactos ancestrais e forjar, com suor e sangue, uma nova era dourada para os homens.